Traições

A loira virou para a morena, secretária como ela, na mesa ao lado:
- Saí ontem com o Ricardo.
- Não diga! Você é louca! E o seu namorado?
- Ah, não faz mal, ele não vai ficar sabendo. Só demos uns amassos.
- Eu não teria coragem, só de pensar numa coisa dessas fico tremendo.
- Mas você nem namora... Pode fazer o que quiser.
Dias depois, tomaram café juntas. A loira contou a novidade:
- Saí com o Roberto.
- Você é louca mesmo! E o seu namorado?
- Bobagem, ele não vai ficar sabendo. Mas não fizemos nada de mais, só uns beijinhos.
- Nossa, fico nervosa só de pensar.
Na segunda-feira, a morena não apareceu no escritório. Nem na terça, nem na quarta. Na quinta, uma ruiva sentou na sua cadeira. A loira pegou o telefone e ligou para a casa da morena. Foi a mãe que atendeu:
- Ela está de cama, doente. Mas eu digo que você ligou.
E nada.
A loira ligou de novo e mãe da morena atendeu mais uma vez:
-Não está. Resolveu sair do emprego. Eu digo que você telefonou.
Encontrou a morena três meses depois, por acaso, no shopping center. Levou um baita susto quando a viu na sua frente. Com uma barriga enorme.
- Que surpresa!
- Eu que o diga!
- É, dá pra ver, né? Gravidez de sete meses. Fiquei com vergonha de voltar para o emprego.
- Mas você nem namorava...
- Não mesmo. Era amante de um homem casado. Fazia dois anos que a gente se encontrava. Toda semana, às vezes mais de uma vez. E aí, aconteceu ...
Despediram-se.
- Quando nascer eu te aviso - disse a morena, depois de dar um beijo na loira e ir embora.
- E eu que achava que era galinha - pensou a loira, antes de entrar na loja de sapatos que exibia na vitrine um modelinho baixo, marrom escuro, ideal para ir trabalhar.

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